Póvoa de Varzim é das terras do país onde a agricultura é mais rentável. Frequentemente se inicia a segunda sementeira quando a primeira cultura ainda se encontra no terreno. O carácter familiar da exploração dos campos leva a um melhor aproveitamento dos mesmos.
Ao contrário do que acontece em outras terras a juventude não se divorcia da agricultura.
Póvoa de Varzim situa-se numa região plana que se estende pelo litoral e se vai elevando, lentamente, á medida que se caminha para o interior ate atingir, bruscamente, o ponto mais alto no monte S.Felix, em Laúndos, a 202 metros de altitude.
A agricultura e a pesca foram as principais actividades económicas desempenhadas pelos povos que primitivamente ocuparam esta região. É, contudo, a agricultura aquela que mais braços têm ocupado. O seu êxito depende de 3 factores primordiais: a geologia do solo, o relevo e o tipo de clima.
Região de forte densidade populacional, a propriedade está muito dividida, praticando se o tipo de cultura intensiva com as mesmas culturas anuais ao mesmo tempo, em carácter minifúndio.
No inicio do sec. XX, a agricultura, no concelho, não era muito rendosa, não só por causa da insuficiente qualidade de adubos naturais, como também por falta da modernização das alfaias agrícolas.
Os campos eram adubados com sargaço, pilado, estrume retirado dos eidos e dejectos humanos. Dadas as condições em que o estrume era preparado nos eidos, aquele era de fraca qualidade, pois que se perdia grande quantidade de líquido por o solo não ser impermeável. Por outro lado, a falta de ventilação de que essas instalações sofriam, permitia a grande evaporação do azoto.
A escassez de arvoredo na zona da Povoa de Varzim obrigou os lavradores a irem buscar o mato às freguesias vizinhas do interior, o que aliás ainda hoje acontece, onde muitos deles possuem campos seus ou arrendados. Este trabalho não era devidamente compensatório pois que o mato ao ser guardado nos quinteiros desabrigados, apodrecia por causas das chuvas, perdendo qualidade.
Quando o mar se mostrava favorável, s agricultores largavam o trabalho no campo e dirigiam-se para a praia para o sargaço ou irem a pesca do pilado com os quais adubavam os terrenos situados nas zonas arenosas.
O sec. XX trouxe para a Povoa de Varzim o desenvolvimento socioeconómico que a guindou ao lugar invejável de um dos mais prósperos concelhos do nosso distrito. Sem sombra de dúvida que um dos factores que mais contribuíram para a melhoria das condições de vida dos poveiros foi a exploração dos campos-masseira, aproveitando as dunas estéreis e transformando-as, após penoso trabalho na remoção de toneladas de areia em produtivas hortas.
As máquinas modernas são hoje uma constante no quotidiano da faina agrícola da população. É frequente ver pelas freguesias da Póvoa um sem número de veículos motorizados, para os mais diversos trabalhos no campo.
Longe vai o tempo em que todo o trabalho se devia ao esforço braçal do lavrador.
Sempre atentos às necessidades de uma clientela que se mostra cada vez mais exigente e ansiosa, o Poveiro instalou nos seus campos, inúmeras estufas onde, fora da época, se desenvolvem flores e produtos hortícolas. Alguns armazéns possuem escadas rolantes que facilitam a elevação dos sacos de batata, de cenouras ou de outros produtos agrícolas para os camiões.